quarta-feira, 24 de abril de 2013

QUEBRA-CABEÇAS

ATENÇÃO, tem cafonice nesse post, se não curte não leia! Agora se não se importa com isso, dê o play e seremos cafonas juntos.



"Eu te odeio"
"Oi?"
"Isso mesmo que ouviu, eu te odeio!"
"Porque?"
"Não temos nada em comum e não consigo deixar de te amar. Eu te odeio!"

Um belo dia decidi deixar de ser solteiro, meus pés já haviam perdido a eficacia de se esquentarem sozinhos, faltava alguma coisa, mas acho ofensivo e brega dormir de meia. Confesso que não sou uma daquelas pessoas legais que falam gesticulando o tempo inteiro, mas acho que sou engraçado e flerto descaradamente, uns dizem que isso tem relação a falta de caráter, porém prefiro acreditar que seja coisa de astrologia. Como pretendia mudar meu status no Facebook, resolvi fazer uma pequena lista de exigências:

1- Não pode morar longe.
2- Não pode fumar.
3- Nada de amigos malignos.
4- Nada de nudez em lugares inadequados.
5- Não pode em hipótese alguma ser do signo de Leão! Nesse caso nem amizade. 

Meu egocentrismo gigante me fez procurar pessoas que fossem meu clone, nada que acrescentasse ou modificasse um pouco do marasmo da minha vida, amar alguém parecido comigo seria como amar a mim. Brilhante? Não, preocupante. Só depois concluí que isso não era amor próprio, estava mais para doença.

O tempo trouxe desilusões e com isso aprendizado, não acho nada interessante aprender com sofrimento, o colégio e a faculdade já exercem com maestria essa função. 

O bom da vida é que sempre aprendemos coisas novas. Estava eu numa festa e fazia o que sei fazer de melhor em ambientes deste tipo: Estava perambulando. Já tinha bebido o suficiente para manchar de vez minha reputação. Foi nesse clima apocalíptico que, pendurado num pole dance, nossos olhos se cruzaram. Aquela festa estava uma droga, uns beijos descompromissados salvariam a noite. É óbvio que não dividirei com vocês tudo o que aconteceu naquele evento etílico, por motivos de egoísmo.

Trocamos telefone, E-mail, Rede Social e tudo aquilo que se troca quando temos certeza de que nunca mais veremos a outra pessoa. Erro rude.

Voltamos a nos encontrar, percebi que o pacote de cigarros não incomodou. Mostrou-me seus desenhos, também era artista e, para um libriano como eu, isso é tão importante quanto "tatuar o pulso com nomes de familiares" é importante para a classe C. Ironicamente o signo era Leão, meu alarme apitou pela primeira vez, para piorar éramos separados pelo mar. Talvez eu tenha sido um idiota em achar que aquilo daria certo, éramos mais opostos que Regina Casé e a elegância. Logo na primeira briga, terminamos. No primeiro reencontro, reatamos.

Preciso confessar que o gosto da nicotina deixa o beijo interessante. Também confesso que o meu problema com o signo de Leão era mera implicância, Leão nem significa tanto autoritarismo... Mentira, forcei, Leão é autoritário, dono da verdade e gosta de ser o centro das atenções, porém isso é ótimo quando se relaciona com librianos indecisos e calmos. E quanto a distância, bem, Niterói não é tão longe quanto parece.

É cafona e clichê comparar a vida a brinquedos, mas é FATO que não faz muito sentido montar um quebra-cabeças com peças estupidamente iguais. Eu não sabia o que aconteceria comigo naquela história repleta de altos, médios e baixos, mas quem se importa? O importante é que agora meu copo não ficará mais vazio.


terça-feira, 16 de abril de 2013

Alguém aperta o START?

Pare tudo o que está fazendo e se imagine como uma criança. Não precisa ser você, pode ser uma criança bonita, daquelas da televisão que dançam e cantam... Não as que cantam como adulto, pois isso me dá um pouco de
arrepio e acho que elas não se encaixariam nesse contexto. Enfim, agora que já pensou no personagem, imagine o pirralho surtando de felicidade por ter ganho seu primeiro vídeo game, e nem estou falando do mais moderno e interplanetário vídeo game, me refiro ao modelo mais pobrinho, mais 2D, mais preto e branco mesmo. E aí você vai passar horas da sua vida na frente da tela, enfrentando monstros, colecionando vidas, recordes, vai salvar princesinhas tolas até... FIM. O jogo acaba. Hora de novos desafios.

Bem, essa criança pode ser de mentira, pode ser eu, tu, ele, nós, vós e eles e esse vídeo game louco é a vida. Pelo menos a minha, já que o blog é meu... Afinal não faria sentido eu comentar sobre a vida de outras pessoas, apesar de gostar de fofoca e... Voltemos ao foco.

De certo modo jamais esquecerei a minha reação quando consegui vencer sozinho meu primeiro jogo de vídeo game, mesmo porque foi a mesma reação utilizada quando me formei no colégio. Conseguia ver os créditos subindo enquanto jogava aquele cafona chapéu quadrado para o alto (jamais o encontrei novamente). Prometi que demoraria para entrar num jogo novamente, porém um mês depois lá estava eu na fase do pré-vestibular, tão chato, tão cansativo, só deixou de ser uma perda de tempo quando aprendi a matar as aulas e foi por essa razão que não consegui passar no vestibular. Não lamento por isso, mesmo porque não sei o que tinha na cabeça quando cogitei a ideia de fazer odontologia, além de ter horror a sangue e agulha, eu morava no Paraná, a terra do "pé-vermelho"e tenho certeza que não seria como aqueles impecáveis dentistas elegantes e de branco brilhante Omo.

O tempo passou, me casei com o teatro e só depois de muito tempo voltei a jogar vídeo game. A faculdade de letras não era tão interessante como eu imaginava, logo no segundo período eu já queria apertar o Reset, aguentei até um certo tempo, mas a Sintaxe me levou ao Game Over.

Me formei tardiamente, agora seria hora de descansar e desfrutar dos bônus conquistados, ou poderia sair e procurar emprego e me tornar uma pessoa com quase trinta anos e que não depende dos pais. Eu saí e fui procurar emprego. Talvez possa comparar o emprego como a "fase do labirinto" vários lados para percorrer, um único final e várias armadilhas.

Certa vez me surgiu uma oportunidade interessante. Contei os dias para a tal entrevista. Fiquei lindo, um Deus entre os mortais, saí para me aventurar. A imensa sala de espera mais parecia um cenário de jogo RPG, tinha gigantes musculosos, fadinhas fofas, bruxas estranhas e eu... Um duende cômico. Vi as pessoas saindo, estava tão nervoso que comecei ouvir um batucar e descobri que nada mais eram que meus pés, as mãos estavam suadas. Tensão. Era a minha vez. Não passei, mas também não entrei em crise, não estava preparado para aquele tipo de aventura.

Ainda me encontro nesse labirinto e sem saber para que lado seguir, não existem detonados para a nossa vida, e como tolo libriano que sou tenho problemas com escolhas. Até lá continuarei seguindo por todos os caminhos que se mostrarem disponíveis e desejando não encontrar nenhum Minotauro no fim da aventura.

INSERT COINS TO CONTINUE...


Por favor, assistam isso: