sábado, 7 de setembro de 2013

O quartel pegou fogo e a culpa foi minha...

Nem pensem que começarei me justificando por ter sumido por tanto tempo, o blog é meu e eu escrevo quando quiser, afinal de contas ninguém me paga por isso, não pagam nem com comentários. Na verdade eu ia apenas fazer uma postagem no Facebook, mas como ela começou a se desenvolver na minha cabeça de uma forma assustadora, eu resolvi transferir todas essas abobrinhas para o blog. Abobrinhas não, história! Esqueçam a bronca, continuo amando vocês <3 font=""> 

Independência ou Morte? Morte!

Bem, hoje é sete de setembro, um dia que não gosto muito. O motivo? Traumas de infância! Eu era uma criança minúscula, tão minúscula a ponto de meus pais usarem lupa pra falar comigo e, como várias outras crianças minúsculas do mundo, ninguém me dava a devida atenção quando fazia minhas reivindicações. E o que uma criança minúscula pode reivindicar? TUDO!


Lista de reivindicações:

1- Não quero que pintem bigodes na na festa junina!
2- Não me comprem roupas de presente, eu quero brinquedo, pô!
3- Também não adianta me dar brinquedo e deixar em cima do armário!
4- No desfile de sete de setembro eu quero ser da MARINHA!
5- Gosto mais da Angélica que da Xuxa!
...  E essa lista de 151 itens vai evoluindo e se proliferando com o tempo como se fossem Pokémons, portanto me controlarei e vou focar APENAS no Independece Day e seus desfiles (não que eu queira falar sobre minha preferência pela Angélica).


Lembro de estar muito feliz quando soube que desfilaria pela primeira vez. Minha turma representaria as Forças Armadas e eu estava em cólicas pra ser um soldado da marinha, isto é, se tivessem me escolhido para representar a marinha. Eram três opções: Exército (clichê), Marinha (Popeye, Pato Donald, farda legal) e Aeronáutica (chapéu estranho) e por mais que eu insistisse, desenhasse e representasse a marinha, a "tia" achou que eu ficaria melhor no exército. Não reclamei na hora, mas no fundo eu desejava que meu coleguinha tivesse uma dor de barriga, caísse ou fosse sequestrado pelos vilões do Jaspion! Fui desfilar por uma rua interminável, minhas botas resolveram que seria bem interessante me castigar e me deram calos horríveis. Não consegui chegar na metade do caminho e desfalquei o trio. Ganhei chinelos novos e a chance de, no ano seguinte, representar novamente o exército. Um ano depois, lá estava eu, com a mesma roupa verde e com a mesma inveja do traje alheio, a diferença é que nesse ano alguém estava vestido de Peter Pan e era um personagem que nasci pra fazer. Tem horas que o mundo é bem cruel e vingativo.

O tempo passou e eu já era um adolescente repleto de inseguranças comuns daquela idade. Na época morava no interior do Paraná e seria o primeiro desfile da cidade e por esse motivo tinha tudo para dar errado. O egocentrismo do Prefeito obrigou o colégio a homenagear o município, por essa razão tivemos um desfile com vacas, cavalos, tratores... Uma amiga minha veio representando as granjas e distribuiu pintinhos para os espectadores. PINTINHOS! Foi, sem dúvidas, o desfile mais engraçado e incrível que já participei na vida! Bem, quanto a mim, eu era o aluno que carregava a faixa do colégio. Achei legal carregar coisas, mas meu desejo era vir no alto de um carro alegórico, entretanto, um colega já estava ocupando essa vaga. Preciso deixar claro que, no Paraná, os desfiles possuem carros alegóricos, como no carnaval, mas sem mulatas peladas, confetes e serpentinas, o que é uma pena, ficaria ainda melhor. No ano seguinte fui promovido a Presidente da República e pude vir no alto de um carro, acenando para os eleitores da classe baixa. Teria sido meu auge, se as pessoas não tivessem mais preocupadas com duas bêbadas malditas que invadiram o evento, brigando, xingando e sendo mais interessantes eu! 

Eu estava no último ano, quando resolvi entrar para a banda. Aprendi a tocar surdo, ensaiei por horas, dias, meses. Era minha chance de brilhar, estava orgulhoso de mim, pois era a primeira vez que havia ido tão longe com um projeto que envolvesse música.  No dia da apresentação tivemos uma convidada especial: A Chuva! Se vacas, cavalos e cachorros podem desfilar, qual o motivo da chuva não ter esse direito? Ela veio e tudo foi transferido para a próxima semana, porém ela resolveu ficar até o final do mês... Como não teria sentido comemorar o sete de setembro em outubro, tudo foi cancelado e eu nunca pude tocar surdo (não devo levar em consideração os 5 minutos antes da chuva, quando a baqueta escorregou na minha mão e se perdeu no meio da multidão. Nunca mais encontrei).

Analisando tudo de uma maneira superficial, podemos concluir que tudo sempre deu errado pelo simples fato de eu sempre desejar estar na posição da outra pessoa e que tudo isso foi um castigo. Como disse isso seria uma forma superficial de analisar toda essa história. Observando tudo de uma forma mais profunda, concluo que eu fiquei muito lindo de farda do exército... A única que já usei na vida. FIM
Tudo isso foi só uma desculpa para postar essa foto cute.

terça-feira, 9 de julho de 2013

OS HORMÔNIOS DE ZECA



"Equilibristas na corda bamba dos sonhos
Com ou sem redes, abusá-la, não te freires
Adolescente, é um bicho diferente... Adolescente, não chegue perto, porque morde...
Adolescente, esse bebezão gigante..."
Poderia ser Elis Regina feat Rita Lee, mas é Chiquititas


Era um dia comum, daqueles onde ignorava a obrigação de iniciar meu projeto de monografia, navegava (odeio muito esse termo) na internet, ouvia música e pensava asneiras. Entre redes sociais, chats pornográficos e toda sorte de futilidades, lembrei-me do Blog do Zeca, há quanto tempo não lia suas atualizações, mesmo porque, na era do Twitter e Facebook, os blogs tornaram-se tão ultrapassados quanto a piada do tomate.

Comecei a vasculhar meu histórico, precisava encontrar o endereço daquele blog, mesmo sem saber a razão para tal busca. Me surpreendi com a quantidade de sites suspeitos que havia visitado nos últimos tempos. Apaguei alguns, favoritei outros e finalmente localizei o endereço procurado.

O que estaria fazendo Zeca? Quais eram suas últimas aventuras? Novidades? NÃO! NADA! VAZIO! O infeliz não atualizava há meses, pensei em deixar um comentário ofensivo, mas ele não leria, mesmo porque, AS PESSOAS NÃO COMENTAM MAIS EM BLOGS (ufa, desabafei).

Indignado com tamanha fala de comprometimento, abandonei minha monografia e fui xeretar o passado do moço. PRIORIDADES.

Depois de fracassar em três vestibulares (Odontologia, Comunicação Social e... Biblioteconomia), Zeca resolveu investir no mundo das artes. Particularmente acho muito errado as pessoas usarem arte como escapismo, mas continuei a ler para saber até onde ele chegaria. Foi uma engolidora de espadas viciada em cocaína e lambada que lhe apresentou o Teatro. Típico.

Quando chegou em casa, contou a novidade aos avós, porém a recepção não foi boa, levou uma surra e foi obrigado a frequentar o "culto dos garotos perdidos no mundo". Depois de muitas noites ouvindo o pastor dizer que ele iria para o inferno por gostar de Xuxa, novelas e tartarugas, resolveu fugir de casa.

Era uma noite congelante de -5º, Zeca colocou em sua mala as melhores roupas, seria um artista alternativo com trancinha no cabelo e hálito desesperador. Não conseguiu ir muito longe, a avó descobriu o plano e as marcas do cinto ficaram tatuadas em suas costas.

Matriculado no curso de novos cristãos, apaixonou-se por Ágata, mas ela já era apaixonada por Fábio; resolveu investir em Lúcia, mas ela também gostava de Fábio; Zeca pegou um ódio mortal de Fabio, mas não demorou muito para também se apaixonar por ele. Pesquisei sobre Fábio e comecei a entender o motivo de tanta paixão <3 .="" p="">
Ele já tinha  dezoito anos e tudo o que mais desejava, além de aprender todas as coreografias do É o Tchan, era perder a virgindade. Certa vez abordou um grupo de prostitutas e, muito sonso, como quem não quer nada, perguntou se ali era ponto de ônibus. A puta riu e Zeca pode sentir falta de toda arcada dentária superior da mulher. Ela respondeu que ali era ponto, mas ponto de puta e foi logo mostrando as partes. Zeca correu assustado e com nojo. Vagando loucamente por uma rua escura, encontrou um senhor e foi pedir ajuda, porém era um assaltante que levou seu relógio.

Prometeu a si mesmo que aquela era a última burrada que faria no dia. Deixaria que as coisas acontecessem normalmente. Ele ia esperar até a mulher certa aparecer. Depois de refletir por alguns segundos, concluiu que jamais conseguiria se tornar um adulto. Entrou no primeiro bar e pediu cinco cervejas e cigarros, não tinha dinheiro, mas sabia lavar louça. Ele era o último freguês, o dono do bar (que mais parecia um estudante de agronomia com chapéu de caubói e tudo) com toda sua educação pegou Zeca pelo pescoço, deu três tapas na cara, engrossou a voz e aí... Transaram.

Depois de descobrir que a primeira vez de Zeca mais parecia o enredo de um conto erótico de gosto duvidoso, chorei e senti inveja. Contos eróticos já tinham alegrado muitas noites solitárias. Fechei o blog, mas não voltei à monografia, no lugar disso joguei no Google "contos eróticos", pois não sou obrigado.


Lembrando que COMENTÁRIOS serão sempre bem recebidos 
e respondidos  educadamente. Podem deixar o nome e até
endereço da Rede Social que eu farei contato... 
OU  NÃO
;)
@diegohag

quinta-feira, 4 de julho de 2013

O DESABAFO DE UM EX-SUICIDA QUE MORREU DE FORMA IMBECIL

Então ele não sabia onde estava e nem o que havia feito. Era apenas um fracassado que perdeu tudo quando finalmente pensou que pudesse mudar sua história.

http://oceudodia.wordpress.com/2011/03/

Olá, eu sou um ex-vivo e estou morto, mesmo porque ex-vivo só pode estar morto. É meu primeiro dia aqui, nesse lugar que eu ainda não sei onde é, já que meu GPS não está reconhecendo. Ele apitou forte quando o metrô passou pelo céu, inferno, purgatório, mas aqui morreu, assim como eu...

Não sei o motivo, mas aqui não para de tocar Beatles. Começa pelo primeiro álbum, segue por toda discografia, mas ignora as carreiras solo...           

Gente, eu estou morto! MOR-TO! 
Como é? Se estou triste por estar morto?

Estou um pouco chateado de não ter morrido antes das festas de fim de ano... Todas aquelas pessoas aglomeradas para comprar presente de amigo oculto. Detesto pessoas e detesto ainda mais pessoas que brincam de amigo oculto. Na empresa onde trabalho, quer dizer, trabalhava, fui obrigado a brincar de amigo oculto. Confesso que achei engraçado aquele povo reunido enchendo a cara de vinho barato em plena tarde de terça-feira. Eu tirei a mulher mais bonita do setor, uma solteirona de 47 anos, dente escuro e pelinhos incômodos no queixo. Dei um celular e ganhei uma caixa de bombom da gorda do almoxarifado, aliás, ela foi a responsável pela minha morte.

Graças a essa gorda alcoólatra eu morri de uma forma imbecil. Sou suicida de nascença. A última lembrança que tenho de mamãe, antes dela ter me perdido na liquidação maluca dos Supermercados Guanabara, foi ela dizendo que na barriga eu já tinha enrolado o cordão umbilical no pescoço e daí por diante não parei mais. Tentei me jogar do berço, ser mordido por cabras, afogado na sopinha, mas nada deu certo...

Oi? Porque eu insistia em morrer? Simples! Porque esse mundo é uma grande droga e as pessoas nojentas, preconceituosas, traidoras...  E não estou me isentando da culpa! Sou um belo de um porco também!

No colégio todos riam do meu jeito peculiar de sentar em cima das pernas, me chamavam de galinha choca, uma vez colocaram um ninho embaixo da minha carteira... Fiquei com tanta vergonha, gente, até parei de crescer... O mesmo eu não digo do meu nariz.

Cresci e virei um adulto invisível, com um emprego de merda, onde a única felicidade era poder ir “descolado” no fim de semana. Mas eu não sou descolado e odeio gente velha descolada, que merda.
A gorda era descolada, usava minissaia florida e com decote, parecia um abajur de gosto duvidoso... Foi assim que me apaixonei por ela. Nós nos amávamos, éramos um lindo casal, eu era Timão e ela o Pumba. Foi nessa época que voltei a ter vontade de viver e não ter a vergonha de ser feliz, cantar e cantar e cantar a beleza de ser um eterno... Noivo!

Decidi pedi-la em casamento, me vesti de Romeu e fui até a porta de seu prédio. Ela não estava sóbria, o cheiro de álcool virava a esquina com toda alegria festejando ao som de Ragatanga.

Eu disse: “Meu amor...” 

Foram minhas últimas palavras... Uma mulher de 78 kg, tinha despencado da janela e aí... MORRI, morri quando mais queria viver...

A gorda? Bem, ela morreu também, não pela queda, mas de cirrose...

domingo, 30 de junho de 2013

UMA INFÂNCIA DIGNA DE ZECA!

Como havia dito no último post, conheci uma estranha criatura e depois de uma grande confusão - causada por mim - descobri que ele tinha um blog pessoal. Mesmo com um excesso de coisas da faculdade pra fazer e outros problemas pessoais, resolvi investigar a vida de Zeca, que não se chamava Zeca, mas o nome real guardarei apenas para mim.

Zeca nasceu de uma gravidez indesejada. Os pais já tinham uma filha que era modelo, manequim, boa em porcentagem, enfim, uma insuportável que já detesto. O casal vivia em constantes brigas. De manhã um bate-boca, na tarde umas agressões, e no período noturno algumas coisas eram quebradas... Tudo isso combinado com palavrões que deixariam qualquer atriz pornô constrangida. Assim que descobriu a nova gravidez da mulher, o pai de Zeca tornou-se alcoólatra e a irmã começou a dar indícios de "garota problema". Fizeram de um tudo para a criança não nascer, porém ele era um feto anarquista e somente quando os pais aceitaram o fato da sua existência é que ele decidiu morrer, enrolou-se no cordão umbilical e dificultou o parto.

Passou seus primeiros meses numa creche. A mãe era uma mulher que vivia na correria, não era raro esquecer de buscar o filho. Certa vez levou a criança errada, ou seja, corre o risco de que Zeca não seja quem pensamos que é. Não demorou muito e os avós pediram a guarda da criança. A felicidade durou somente oito anos, pois os avós decidiram mudar-se para o interior. Zeca viu seu mundo cair e, desesperado, trancou-se na geladeira. Ficou doente, quase morreu, mas o idiota não imaginava que os avós tinham planos de carregá-lo para a fazenda. Ele fez as malas e partiu, lindo, sem olhar pra trás.

Não foi fácil se acostumar com o campo, as pessoas riam do seu jeito de falar, andar e também de se vestir. Tinha cinco namoradinhas, mas nenhuma delas sabia disso, na verdade o chamavam de "bichinha", mas ele não parecia se importar, não na frente delas.

Aqui devo comentar que a vida de Zeca era muito feliz e blablabla. Ele era muito bonzinho e entediante, daqueles que sofrem por amores platônicos, escrevem em diários e assistem Chiquititas, acho que Zeca merecia ser chamado de bichinha.

Para agitar essa música da Sandy, vou expor alguns podres que descobri: Zeca não era tão santinho e, mesmo nadando em dinheiro, adorava furtar coisas alheias; ele escondia tudo na cueca, o que lhe dava um doentio volume. Certa vez roubou 15 livros do colégio, uma vingança por ter ficado de castigo. Na sexta-série bateu na melhor amiga, na oitava, acidentalmente tirou sangue de um japonês gordinho. Ele sofria bullying (sem saber o que é isso) e se vingava de todos secretamente.  Quem desconfiaria dele? Um menino doce, que mora com os avós e dança Xuxa, só pode ser duas coisas: Mal caráter ou bichinha... Se bem que...
Aproveitando pra divulgar esse Tumblr que é muito maravilhoso: http://criancaviada.tumblr.com/

sábado, 22 de junho de 2013

O Zeca

Isso aconteceu numa sexta-feira. Estava um calor infernal. Veja bem, eu AMO calor - fruto da minha infância no Paraná, onde o frio era tanto que me obrigava a usar duas calças. Mesmo morando no bairro mais quente do Rio de Janeiro - que não direi o nome por medo de assaltos, cobranças e testemunhas de Jeová - aquela temperatura estava acima do normal... Meu suor estava suando!

Estava reclamando da vida, das pessoas, de mim e do mundo, quando avistei uma estranha criatura. Parecia um duende, porém como duendes não existem, ele era apenas um rapaz baixo, muito baixo, tão baixo quanto minha autoestima naquele dia. Foi quando o meu telefone tocou e me fez esquecer da vida, ou seja, me atrasei mais uma vez para um compromisso importantíssimo.

Disparei em busca de um transporte, mas eles só existem quando não precisamos. Subi as escadarias da estação de trem, milhões de pessoas horrorosas e com gosto muito duvidoso para vestimentas, aquilo me chateou, mas eu não tinha tempo de fazer caras feias. Tudo parecia uma gincana do Faustão, eu tinha que correr e me desviar dos feios, saltar as crianças, desfazer os casais e chegar ao meu destino. Já sentia o gosto da vitória quando um obstáculo me derrubou. TROPECEI NO ANÃO.

As pessoas riam, apontavam, tinha uma velha ridícula me filmando... Era esse o meu final? Me tornar um viral da internet? Uma Inês Brasil sem peitos? Sem pensar duas vezes eu puxei o rapaz pelo braço, entramos no trem e, antes da porta fechar, eu mostrei o dedo do meio para todas aquelas pessoas fracassadas. Sempre quis fazer isso, desde que assisti Titanic sozinho na sala de cinema.

Aquela figura desgraçada parecia não demonstrar nenhuma reação aos fatos acontecidos e isso era muito estranho, uma vez que o puxei sem nem saber se ele precisava pegar aquele trem, talvez tenha lhe puxado por compaixão, ou apenas queria algo mais ridículo para desviar atenção.

Perguntei seu nome, mas a voz era tão baixa que me fez desistir, por isso o batizei de Zeca, não me perguntem o motivo. Até estava bem vestido e nem feio era, na verdade achei um pouco parecido comigo, ou até mais bonito que eu.... Não, Zeca era lindo! Tentei puxar assunto mais uma vez, sem sucesso, o máximo que captei é que ele possuía um blog pessoal. Já gostei.

O trem parou e, inesperadamente, ele desceu. Sem nada dizer. Sem nada olhar. O mal educado nem se despediu. Nunca mais nos vimos.

O que restou foi um cartão com o endereço do blog. Zeca não era tão invisível assim... Ele nem se chamava Zeca.

sábado, 4 de maio de 2013

Ser Mau é Normal!

Sabe quando a pessoa é tão legal que dá vontade de bater?
"Você é uma pessoa tão má, mas tão má, que o Facebook sugeriu que adicionasse o capeta, mas ele não aceitou seu pedido de amizade e apenas retribuiu o cutuque", assim eu disse um belo dia enquanto arrancava meus cabelos brancos diante do espelho. Tudo bem, eu nunca disse isso, ma já pensei, penso toda manhã depois de acordar, toda tarde após o almoço e durante a última novela noturna. Penso quando olho pela janela e vejo a mediocridade (e quando erro ao escrever mediocridade) de meus vizinhos e, é claro, penso em quanto opino sobre o vestuário da minha irmã.

Ultimamente minha irmã tem sido vítima de minhas maldades, possuo uma pasta de fotos comprometedoras e pretendo postar quando ela aumentar meu grau de irritabilidade. Sou uma pessoa adulta e mentalmente saudável, porém não fico feliz de ser chamado de câncer ou amaldiçoado por familiares fanáticos religiosos.
Quero deixar claro que não sou nenhum psicótico assassino, é verdade que já explodi metade do Rio de Janeiro usando apenas o meu pensamento, mas isso nada mais é que um hobby... Eu juro!

Neste exato momento (mentira, escrevi isso já tem duas semanas) tem uma gorda barulhenta na minha frente, nunca vi tanta excentricidade desde que Ana Maria Braga resolveu se vestir como Madonna. Óbvio que a obesa ridícula entrou no ônibus comendo e agora tudo está cheirando numa mistura de galinha e óleo de validade duvidosa. Começo a cogitar incluir em minha mochila uma latinha daqueles odorizadores de ar, um método de defesa eficaz contra pessoas que fedem a comida, bebida e outros fluidos corporais nojentos... Sentou ao meu lado eu espirro na cara e saio correndo, se pegar no olho... paciência.

O ônibus é apenas um exemplo de ambiente coletivo que me irrita, em geral a própria palavra coletivo já me causa terror, eu sofro de um leve tipo de sociopatia, mas apenas divago sobre o assunto... Ainda não sou um perigo como a Britney Spears.

Acabo de me lembrar das festas de família, detesto. Semanas atrás foi aniversário de minha avó (te amo vó), a danada resolveu completar 80 anos e todos estavam lá... Até eu. Não conseguia interagir com nenhum deles, faltava assuntos sobrava música alta, portanto resolvi me divertir do meu jeito, passei a observar um por um, primos que nem lembrava da existência, uma delas, me recordei só depois, era meu par nas nada inocentes brincadeiras de médico da infância, hoje a cara me lembra um "My Little Poney", evitei olhar.

Esses pensamentos compulsivos não acontecem apenas quando estou cercado por pessoas diferentes de mim. Quando procurei a chamada "minha turma", me vi em conflitos assustadores, rir deles era o mesmo que rir de mim. Comecei a entrar em pânico achando que todos deviam ser tão perversos quanto eu.

Talvez eu deva ficar sozinho, talvez apenas minha presença me basta. Vou procurar ajuda médica...


quarta-feira, 24 de abril de 2013

QUEBRA-CABEÇAS

ATENÇÃO, tem cafonice nesse post, se não curte não leia! Agora se não se importa com isso, dê o play e seremos cafonas juntos.



"Eu te odeio"
"Oi?"
"Isso mesmo que ouviu, eu te odeio!"
"Porque?"
"Não temos nada em comum e não consigo deixar de te amar. Eu te odeio!"

Um belo dia decidi deixar de ser solteiro, meus pés já haviam perdido a eficacia de se esquentarem sozinhos, faltava alguma coisa, mas acho ofensivo e brega dormir de meia. Confesso que não sou uma daquelas pessoas legais que falam gesticulando o tempo inteiro, mas acho que sou engraçado e flerto descaradamente, uns dizem que isso tem relação a falta de caráter, porém prefiro acreditar que seja coisa de astrologia. Como pretendia mudar meu status no Facebook, resolvi fazer uma pequena lista de exigências:

1- Não pode morar longe.
2- Não pode fumar.
3- Nada de amigos malignos.
4- Nada de nudez em lugares inadequados.
5- Não pode em hipótese alguma ser do signo de Leão! Nesse caso nem amizade. 

Meu egocentrismo gigante me fez procurar pessoas que fossem meu clone, nada que acrescentasse ou modificasse um pouco do marasmo da minha vida, amar alguém parecido comigo seria como amar a mim. Brilhante? Não, preocupante. Só depois concluí que isso não era amor próprio, estava mais para doença.

O tempo trouxe desilusões e com isso aprendizado, não acho nada interessante aprender com sofrimento, o colégio e a faculdade já exercem com maestria essa função. 

O bom da vida é que sempre aprendemos coisas novas. Estava eu numa festa e fazia o que sei fazer de melhor em ambientes deste tipo: Estava perambulando. Já tinha bebido o suficiente para manchar de vez minha reputação. Foi nesse clima apocalíptico que, pendurado num pole dance, nossos olhos se cruzaram. Aquela festa estava uma droga, uns beijos descompromissados salvariam a noite. É óbvio que não dividirei com vocês tudo o que aconteceu naquele evento etílico, por motivos de egoísmo.

Trocamos telefone, E-mail, Rede Social e tudo aquilo que se troca quando temos certeza de que nunca mais veremos a outra pessoa. Erro rude.

Voltamos a nos encontrar, percebi que o pacote de cigarros não incomodou. Mostrou-me seus desenhos, também era artista e, para um libriano como eu, isso é tão importante quanto "tatuar o pulso com nomes de familiares" é importante para a classe C. Ironicamente o signo era Leão, meu alarme apitou pela primeira vez, para piorar éramos separados pelo mar. Talvez eu tenha sido um idiota em achar que aquilo daria certo, éramos mais opostos que Regina Casé e a elegância. Logo na primeira briga, terminamos. No primeiro reencontro, reatamos.

Preciso confessar que o gosto da nicotina deixa o beijo interessante. Também confesso que o meu problema com o signo de Leão era mera implicância, Leão nem significa tanto autoritarismo... Mentira, forcei, Leão é autoritário, dono da verdade e gosta de ser o centro das atenções, porém isso é ótimo quando se relaciona com librianos indecisos e calmos. E quanto a distância, bem, Niterói não é tão longe quanto parece.

É cafona e clichê comparar a vida a brinquedos, mas é FATO que não faz muito sentido montar um quebra-cabeças com peças estupidamente iguais. Eu não sabia o que aconteceria comigo naquela história repleta de altos, médios e baixos, mas quem se importa? O importante é que agora meu copo não ficará mais vazio.


terça-feira, 16 de abril de 2013

Alguém aperta o START?

Pare tudo o que está fazendo e se imagine como uma criança. Não precisa ser você, pode ser uma criança bonita, daquelas da televisão que dançam e cantam... Não as que cantam como adulto, pois isso me dá um pouco de
arrepio e acho que elas não se encaixariam nesse contexto. Enfim, agora que já pensou no personagem, imagine o pirralho surtando de felicidade por ter ganho seu primeiro vídeo game, e nem estou falando do mais moderno e interplanetário vídeo game, me refiro ao modelo mais pobrinho, mais 2D, mais preto e branco mesmo. E aí você vai passar horas da sua vida na frente da tela, enfrentando monstros, colecionando vidas, recordes, vai salvar princesinhas tolas até... FIM. O jogo acaba. Hora de novos desafios.

Bem, essa criança pode ser de mentira, pode ser eu, tu, ele, nós, vós e eles e esse vídeo game louco é a vida. Pelo menos a minha, já que o blog é meu... Afinal não faria sentido eu comentar sobre a vida de outras pessoas, apesar de gostar de fofoca e... Voltemos ao foco.

De certo modo jamais esquecerei a minha reação quando consegui vencer sozinho meu primeiro jogo de vídeo game, mesmo porque foi a mesma reação utilizada quando me formei no colégio. Conseguia ver os créditos subindo enquanto jogava aquele cafona chapéu quadrado para o alto (jamais o encontrei novamente). Prometi que demoraria para entrar num jogo novamente, porém um mês depois lá estava eu na fase do pré-vestibular, tão chato, tão cansativo, só deixou de ser uma perda de tempo quando aprendi a matar as aulas e foi por essa razão que não consegui passar no vestibular. Não lamento por isso, mesmo porque não sei o que tinha na cabeça quando cogitei a ideia de fazer odontologia, além de ter horror a sangue e agulha, eu morava no Paraná, a terra do "pé-vermelho"e tenho certeza que não seria como aqueles impecáveis dentistas elegantes e de branco brilhante Omo.

O tempo passou, me casei com o teatro e só depois de muito tempo voltei a jogar vídeo game. A faculdade de letras não era tão interessante como eu imaginava, logo no segundo período eu já queria apertar o Reset, aguentei até um certo tempo, mas a Sintaxe me levou ao Game Over.

Me formei tardiamente, agora seria hora de descansar e desfrutar dos bônus conquistados, ou poderia sair e procurar emprego e me tornar uma pessoa com quase trinta anos e que não depende dos pais. Eu saí e fui procurar emprego. Talvez possa comparar o emprego como a "fase do labirinto" vários lados para percorrer, um único final e várias armadilhas.

Certa vez me surgiu uma oportunidade interessante. Contei os dias para a tal entrevista. Fiquei lindo, um Deus entre os mortais, saí para me aventurar. A imensa sala de espera mais parecia um cenário de jogo RPG, tinha gigantes musculosos, fadinhas fofas, bruxas estranhas e eu... Um duende cômico. Vi as pessoas saindo, estava tão nervoso que comecei ouvir um batucar e descobri que nada mais eram que meus pés, as mãos estavam suadas. Tensão. Era a minha vez. Não passei, mas também não entrei em crise, não estava preparado para aquele tipo de aventura.

Ainda me encontro nesse labirinto e sem saber para que lado seguir, não existem detonados para a nossa vida, e como tolo libriano que sou tenho problemas com escolhas. Até lá continuarei seguindo por todos os caminhos que se mostrarem disponíveis e desejando não encontrar nenhum Minotauro no fim da aventura.

INSERT COINS TO CONTINUE...


Por favor, assistam isso:

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Once Upon a Time - O Reality


Ariel – A Trans da casa
Branca de Neve – Mora com anões
Cruela – Casaco de gosto duvidoso
Mégara – Vilã ou mocinha?
Mulan – Pronta pra guerra
Tiana – A pobre suja que beija sapo

Aladdin – Mendigo gato das Arábias.
Príncipe Edward – Giseeeeeeele
Chapeleiro Louco – Toma chá com lebres
Fera – Pelos
Quasímodo – Obra de Picasso
Tarzan – Rei da Floresta


            A noite estava linda. O mundo mágico estava eufórico, afinal era a primeira vez que grandes personalidades estariam reunidas, confinadas e batalhando por um único – e secreto – prêmio.
            Os ilustres participantes se dirigiram ao “Castelo mais vigiado” onde, obviamente seriam recebidos com uma grande festa. O programa já começou maravilhoso com o primeiro barraco da edição. O muito lindo e pouco inteligente Príncipe Edward não queria se separar de seu cavalo. A cena era de uma bizarrice tamanha que senti pena do pobre animal, no caso o cavalo. Cruela, pela primeira vez demonstrando sanidade mental, achou a situação deselegante, apagou seu cigarro na mão do príncipe e assim comprovou que não consegue ser lúcida por muito tempo. Punição!
            A regra do programa era clara. Nada de cigarro, nada de agressão e nada de animais (a produção informa que Ariel e Fera são seres mágicos e não pertencem a categoria “animais”).
            Branca de Neve fazia tipo, achava-se a princesa mais importante do mundo, uniu-se a Ariel e passavam o dia falando mal dos demais, ganharam meu coração quando colocaram os novos personagens em seus devidos lugares. Tiana não consegue mais dormir depois de ter sido humilhada pelas princesas veteranas.
            Não demorou muito para Tarzan tornar-se o galã da casa. O selvagem desfilava seminu pelo castelo fato que causava histeria entre as participantes do sexo oposto. Mulan que andava confusa sobre sua sexualidade passou a usar mais roupas femininas depois de se deparar com o rei da selva entoando seu famoso grito de guerra no alto de uma árvore.
            Mégara ainda não descobriu o que está fazendo no jogo. Passa horas estática como uma estátua grega, ainda não encontrei serventia na personagem, pelo menos é bonita, ao contrário de Quasímodo, este está sofrendo com sua baixa autoestima e já foi flagrado várias vezes escondendo-se debaixo de um capuz, não vejo muito futuro para o personagem.
            Tudo leva a crer que Cruela anda apaixonada, só não sabemos ainda quem é seu alvo, parece estar dividida entre o pobre e jovem Aladdin e a Fera milionária. Vale lembrar que nos primeiros dias o Chapeleiro tentou uma aproximação, mas o máximo que conseguiu foi dividir uma xícara de chá com gosto duvidoso. 

CONTINUA...
                        

domingo, 27 de janeiro de 2013

Sou eu? Não! É você? Não! Então quem é? É NÓS DO ASFALTO

ESTE POST FOI REFORMULADO POR MOTIVOS DE: VONTADE PRÓPRIA. DÊ O PLAY E ENTRE NESTA AVENTURA:



Primeiro Elenco de "O Menino Pinóquio e a Cidade Perdida"
A verdade é que a vida andava fedendo a merda! Até mesmo o teatro não estava mais fazendo sentido. Pessoas boçais sendo idiotamente odiosas e capitalistas, perda de tempo, dinheiro, suor e paciência. A magia estava se esgotando e nem mesmo nos maiores sites de busca eu conseguia encontrar um macete para fazer o poder voltar às minhas mãos. Eu já me sentia estampando minha própria lista de atores ruins...

Quando já estava me sentindo a Nina , naquele cemitério fedido, sendo enterrada por uma Carminha maligna e histérica, uma fada azul apareceu. A fada era um tanto quanto incomum, usava aparelho ortodôntico,dançava um balé desengonçado e suas palavras mágicas não faziam muito sentido. Aí, de repente eu não era mais uma pessoa, mas sim um boneco de madeira com uma peruca de gosto duvidoso e aquilo não era mais a vida real, mas sim uma peça de teatro... Talvez a peça da minha vida.

O que eu Pinóquio temos em comum? Bem, além do nariz extravagante e de amar usar sapatos vermelhos, também desejamos nos tornar “meninos de verdade” e não bonecos manipulados por terceiros, quartos e quintos...

Quando eu era adolescente e tive internet na minha casa pela primeira vez - uma conexão discada, horrorosa, em que eu tinha que esperar, como Cinderela, o relógio marcar meia noite para arrastar o computador para a sala e encaixar o fio do telefone – meu primeiro endereço de E-mail era “pinoquio@algumacoisaquenãolembro.com.br”, tudo isso resultado de um bullyng feito por um primo obeso.  Eu tinha vergonha do E-mail e jamais imaginaria que anos, muitos anos depois, eu estaria cantando e dançando numpalco ao lado de um grilo de smoking verde com lantejoulas.

Esse texto parece não ter nenhum sentido, mas de todo modo o que quero dizer é que há um bom tempo não me sentia tão feliz de estar cercado por pessoas incríveis que partilham a mesma paixão pelos palcos e 
que – mesmo tendo demorado alguns atos, cenas e apresentações – o sobrenome “Nós do Asfalto”já foi devidamente tatuado em alguma parte estranha do meu corpo. Esse não é só uma publicação sobre teatro, é sobre vida.

Nós do Asfalto – que não é uma variação de outro grupo de nome semelhante – surgiu na minha vida de maneira inesperada. Não foi um grilo que cantou, ma sim meu celular e um minuto depois eu já estava protagonizando um espetáculo teatral. Foram muitos os atores brilhantes que ajudaram a contar a história do “Menino Pinóquio e a Cidade Perdida”, muitos atores, muitos palcos e muitos sentimentos explodindo. Assim como toda família que se preze é óbvio que muitas vezes me vi querendo atirar alguém do alto da pedra do reino, aprisionar numa lâmpada mágica, ou simplesmente mandar caixas e mais caixas das mais brilhantes maças envenenadas, mas quem nunca, né? Toda história interessante precisa de grandes momentos de tensão e tesão...
Quando eu odiava minha vida e todas as noites procurava estrelas cadentes para implorar que todos os acontecimentos fossem parte de um Reality Show, apenas fruto da ideia diabólica de algum produtor de TV e que meuverdadeiro nome era Truman Burbank , a Cia de teatro me fez sorrir e aí me senti querido, tão querido que já não me aguento, pois nunca estou satisfeito!


Hoje em dia minha vida continua fedendo a merda... Só que no teatro... Isso é uma coisa boa.
Portanto: MERDA!

Matéria do Jornal "O Globo"
E o fim é belo, incerto...
Depende de como você vê...

Só enquanto eu respirar... Vou me lembrar de vocêS

CONTINUA...