quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Virando Água Corredeira Abaixo

Quando eu acordei eu sabia que alguma coisa estava podre. Peguei minhas meias fedorentas, joguei no lixo e voltei a dormir, pois não sou obrigado... Mas não era aquilo, algo mais pútrido ia explodir a qualquer minuto. Tentei não ser paranoico e decidi voltar ao mundo dos sonhos... Um minuto depois meu celular despertou uma música que desconheço...


Mesmo que atrasado fiz questão de escolher minuciosamente o figurino antes de sair, já que o dia prometia ser um saco de fezes, que pelo menos eu estivesse bonito para enfrentá-lo. Com passos psicóticos segui pela rua... Mentalmente eu ouvia tocar um rock clássico e envolvente, tão clássico e envolvente que nenhuma banda tinha, até o momento, gravado devido o seu grau de envolvência.

Quando cheguei à faculdade o cenário era de filme de terror. Ela estava vazia e eu conseguia ouvir o eco de minha respiração, tá essa parte é mentira, mas era assim que estava fantasiando. Parei de frescura e corri pra sala, minha prova tinha começado há quinze minutos. Só quando estava acomodado e pensando em como fazer uma redação argumentativa tendo tempo de menos e psicopatias de mais é que caiu a ficha de que não tinha comido absolutamente nada durante todo o dia!

Inesperadamente escrevi trinta e cinco linhas das vinte que a professora havia pedido. Saí da sala apoteoticamente batendo a porta com tanta força que o estrondo mais pareceu um relâmpago... E era! Um dilúvio coreografava Gangnam Style do lado de fora. Não demorou muito para aquela água, repleta de toda sorte de doenças existentes, subisse. Eu estava ilhado e com fome... Pela primeira vez (mentira, mas não quero falar sobre isso) pensei em canibalismo.

Com muito esforço saí da faculdade, traçando um plano para conseguir chegar em casa sem molhar meu tão querido All Star de couro branco.  Entrei numa rua ela estava cheia, virei para outra e tinha correnteza. O desespero começou a tomar conta. Passei em frente um Mc Donald’s e bateu uma vontade de afogar as mágoas com comida cancerígena, mas eles estavam fechando.

Não estranharia se, repentinamente Nana Gouvea aparecesse de biquíni e câmera digital, talvez pudesse usar seu corpo como bote e assim chegar até minha casa, foi quando eu o vi... Um hambúrguer gigante vinha em minha direção. Meu Deus, o que estava acontecendo comigo? Era só um gordo de camisa laranja barata. Ele seguia uma trilha, parecia ter um plano, eu fui atrás, pois se ele caísse num buraco era só desviar a rota.

Aquilo tinha se transformado num vídeo game louco, eu desviava de buracos, pulava poças, corria de carros equipados com hidrobombas Blastoise. Proteger o tênis era a meta, ele era o ídolo sagrado daquele “Survivor Zona Oeste”. Enfim tinha achado um lugar seco e seguro pra passar. PISEI e meu pé afundou, parecia a piscina de amido do Domingo Legal. Até minhas lágrimas choraram... Sorte no jogo pra que? 

Cheguei em casa e teatralmente desmaiei no chão da cozinha, ao som de Amy Winehouse, mas sem nenhum álcool para salvar o dia. Como não tinha nada para me anestesiar, procurei algo que me fizesse esquecer desta QUINTA FEIRA 13....

E aí eu achei isso:


E DE HOJE EM DIANTE EU SOU UM PANDA E QUERO RESPEITO!


sábado, 1 de dezembro de 2012

Era uma Vez no Paraná...


Paraná é uma palavra tupi guarani que define um braço de
rio, largo e extenso, que forma uma ilha, e que encontra o
mesmo rio mais adiante.

paraná do tupi guarani: pará + nã = semelhante ao mar.

Este post está repleto de links para maior (ou não) diversão e entendimento.



Hoje é dia de desembrulhar aquele chiclete velho que tava no fundo da gaveta. Vou inaugurar aqui uma sessão que será um sucesso tão grande e mágico que logo a MTV irá produzir uma série estrelada por Marcelo Adnet... Poderá também se tornar mais esquecível que a carreira musical de Théo Becker (Vocês lembram? Nem eu!)

Bem é inegável que tudo isso está ligado a uma certa tendência egocêntrica, gosto de falar de mim, afinal sou o dono disso tudo aqui! O fato é que inúmeras vezes, com amigos de todos os círculos, quadrados e, agora, triângulos, vivo a narrar minhas loucas e animadas desventuras de quando era uma criança feia de pé vermelho e vivia no Paraná.

Então, como no antigo programa da Xuxa, joguei as cartinhas par ao alto e foi sorteada uma viagem pra Disney "Uoldi", mentira, foi sorteado um tema de inauguração e hoje falarei de Fabiana.

Fabiana tem a minha idade e foi uma das minhas melhores amigas de infância, ou seja, nutri por ela uma paixão platônica enlouquecedora. Éramos duas crianças estranhas com roupas cafonas. Eu era nanico, "zóiudo" e me vestia como um Chiquitito; ela era amarela, testuda e usava um vestido listrado preto e amarelo que eu abominava. Nunca namoramos.

Ela era a mais velha de dois irmãos, sua família também era evangélica e a proibia de brincar com meninos (RISOS), a ponto de uma vez seu pai aparecer em minha casa ordenando que minha avó colocasse um fim em nossa amizade. Minha avó, além de gargalhar na cara dele, também ordenou que "ele prendesse suas cabritas, uma vez que seu bode estava solto". O Bode era eu...

O mais divertido dessa parceria é que crescemos numa doutrina rígida de uma religião (onde eu era o único, em toda cidade, que tinha TV em casa. Isso era imperdoável... Mesmo que todos os "irmãozinhos" ocupassem meu sofá pra ver desenhos diariamente) éramos vistos como rebeldes. Todos os outros de nossa idade já tinham se batizado e, como eles costumam hipocritamente dizer, saído do mundo (Assim é chamado o território fora das regras evangélicas).

Anos antes do surgimento de Geisy Arruda, minha amiga já havia sido hostilizada, quando, num passeio religioso, apareceu usando um vestido que era um palmo acima do joelho, um escândalo para a sociedade. O dia em que surgiu trajando calça vermelha e cabelo escovado conseguiu ser mais apoteótico que o retorno de Paola Bracho em "A Usurpadora", merecia uma trilha sonora.

Mas... Aquelas crianças jogaram-se na Lagoa Azul, cresceram e cada um seguiu seu próprio caminho, no entanto, conscientemente sabemos que ainda vamos nos reencontrar e rir... Mesmo tendo certeza que o passado não volta e a magia não será a mesma... Como numa reprise de Maria do Bairro.