domingo, 27 de setembro de 2009

CAP 10 – Mulher é presa após surrar estátuas (Alice no país do Pop®)



Quando Alice acordou naquela manhã de aniversário, com os cabelos para o alto e camisola de pelúcia rosa berrante, sabia que algo não estava certo. Antes de sair para o trabalho, cumprimentou a síndica, que não lhe deu atenção, pois estava ocupada ensinando oito gatinhas magricelas a dançar balé clássico.

Agora, horas depois, ali estava ela, numa praça medonha, ao lado de pessoas bizarras, sendo acusada de um crime sem nenhum sentido.

O guarda não era nem alto e nem baixo, nem gordo e nem magro, nem feio e nem bonito. Ele não era nada. Mas era um nada com algemas nas mãos e arma na cintura. Também tinha grossas sobrancelhas, estas mais pareciam um casal de lagartas pretas e cabeludas. Alice não gostava de sobrancelhas grossas e, muito menos, de lagartas pretas cabeludas.
O guarda marchou até Alice, chacoalhando, orgulhoso, um reluzente distintivo. Tinha cara de poucos amigos. Olhou a garota dos pés à cabeça, e em seguida deu uma cuspida gigantesca no chão.

Aquilo era demais para a moça, ignorou as algemas, esqueceu-se da arma, não ligou para o par de sobrancelhas e foi logo chamando o guarda de “Porco, mundo e desprazível”.
Minutos depois estava algemada sendo levada, aos berros, para a delegacia. Tentou gritar por Alegria, Roberto Carlos, mas só conseguia fazer com que o guarda debochasse de sua cara redonda. O que meras estátuas velhas poderiam fazer?

Eles não eram estátuas! Mas quem se importava?

Alice se debatia, protestava, tentava fugir, no entanto, o guarda a ignorava completamente. Foi jogada numa cela horrivelmente cinza. E ela nunca gostou da cor cinza, pois era uma mulher colorida, quase um circo, e na sua opinião o cinza deveria ser extinto.
A vida era mesmo formidável com Alice Maravilha. O que mais faltava acontecer? Preferia não pensar...

Estava exausta, com saudades da sua cama macia e da sua coleção de bichinhos de pelúcia. Sentou-se numa cama improvisada ao lado da parede... Cinza.

A cama gritou!

Ela nem se surpreendia mais com as coisas que lhe acontecia. Mais calma que um monge ancião, Alice puxou os cobertores. Uma jovem, com aparência rebelde e capuz com longas orelhas negras de coelho, a encarava furiosa.

Alice olhou para a jovem, a jovem olhou para Alice. Seu coração parecia estar numa micareta, pois pulava como pipoca. De repente começou a amar o seu dia, decidiu que até beijaria o guarda de sobrancelhas avantajadas, por ter cuspido em seu pé. A jovem rebelde, de orelhas de coelho, era ninguém menos que Candy Pop! A integrante mais fofa da Pop5!

CONTINUA... "Alice no país do Pop" é um texto de minha autoria que estarei publicando aqui no blog. É um texto registrado em cartório, portanto, pense bem antes de copiar...